opinião

Dom Ivo Lorscheiter: bispo da esperança



Dia 7 de março de 2007, Santa Maria chorou a morte de dom Ivo. Foram 30 anos dedicados a esta Diocese, acumulando as funções de secretário da CNBB e depois, presidente.

Em 2006, quando completei 73 anos, tomei a atitude de me desligar de todas as atividades que exercia junto às entidades de Santa Maria. Continuaria participando apenas do Conselho Paroquial da Igreja das Dores. Como despedida, fiz uma festa com todos os amigos e parentes. Isso foi no dia 7 de janeiro. Em abril, recebo um telefonema de dom Ivo perguntando se eu poderia recebê-lo. Precisava falar comigo. Surpreso, disse a ele que eu iria ao Bispado, pois sabia das suas dificuldades para se locomover. Ao chegar, fui recebido por ele, que me conduziu até seu escritório. Tive uma sensação estranha, pois, na minha infância, costumava frequentar aquela casa, onde eram proprietários meus padrinhos, Mario Reis e Beleta Menna Barreto Reis. A capela, no andar térreo, já existia, e, quando eu estava lá, rezávamos o terço todas as noites. E, após, tia Lili nos dava uma rapadurinha de leite. Que belas recordações!

Dom Ivo foi logo ao assunto: Mario, preciso que disputes a presidência da Fundae. Pensei nos meus planos, mas como poderia negar algo a D. Ivo? Minha resposta foi: dom Ivo, sou seu soldado. Seu pedido é uma ordem.

A eleição foi disputadíssima. Com as orações das irmãs do Bispado e, certamente, de dom Ivo, vencemos algo que parecia impossível. Não imaginava que ali iniciava o melhor ciclo da minha vida. Aos 73 anos, Deus me deu a oportunidade de assumir um trabalho que mudou a vida de muitas pessoas. A Fundae implantou cursos profissionalizantes de artesanato, formação moral e ética, que mudaram a vida de muitas pessoas. Profissionais capacitados em mecânica, marcenaria, eletricidade, padaria, manicure, teatro, cuidadora de idosos, costureiras etc. Alguns desses cursos foram realizados dentro dos presídios. Cerca de 15 mil pessoas foram beneficiadas, e os cursos de artesanato, nas vilas, gerou renda para muitas famílias. Recordo com gratidão a equipe de professores e funcionários. Professor Isaia, que doou sua vida por essa instituição, construindo, com suas economias, uma escola para atender aquela região.

Quero agradecer a Deus por ter, através de dom Ivo, me conduzido à Fundae, onde vivi muitos momentos felizes e de realização. A mágoa por S. Maria assistir calada às injustiças sofridas pela Fundae por interesses escusos, que a levaram ao encerramento das suas atividades.

D. Ivo, o reconhecimento de todo o seu rebanho, pelo seu desempenho na sua missão como pastor dessa Diocese. Deixo aqui uma sugestão ao jornal "Diário de Santa Maria", para que, no dia 7 de março, publique uma reportagem sobre todas as obras criadas por ele, em benefício, principalmente, dos mais humildes.

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